Muitas vezes gosto tanto do livro que terminei de ler mas não tenho com quem compartilhar este momento, esta experiência. Por isso este blog, para dividir a experiência de um bom livro e guardar as minhas percepções.
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sexta-feira, 16 de maio de 2014
Caim
Escritor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788535915396
Português
176 páginas se lido no formato papel
Formato Lido: Digital, MOBI
Sinopse:
Se, em "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", José Saramago nos deu sua visão do Novo Testamento, neste "Caim" ele se volta aos primeiros livros da Bíblia, do Éden ao dilúvio, imprimindo ao Antigo Testamento a música e o humor refinado que marcam sua obra. Num itinerário heterodoxo, Saramago percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha, conforme o leitor acompanha uma guerra secular, e de certo modo involuntária, entre criador e criatura. No trajeto, o leitor revisitará episódios bíblicos conhecidos, mas sob uma perspectiva inteiramente diferente.
Para atravessar esse caminho árido, um deus às turras com a própria administração colocará Caim, assassino do irmão Abel e primogênito de Adão e Eva, num altivo jegue, e caberá à dupla encontrar o rumo entre as armadilhas do tempo que insistem em atraí-los. A Caim, que leva a marca do senhor na testa e portanto está protegido das iniquidades do homem, resta aceitar o destino amargo e compactuar com o criador, a quem não reserva o melhor dos julgamentos. Tal como o diabo de O Evangelho, o deus que o leitor encontra aqui não é o habitual dos sermões: ao reinventar o Antigo Testamento, Saramago recria também seus principais protagonistas, dando a eles uma roupagem ao mesmo tempo complexa e irônica, cujo tom de farsa da narrativa só faz por acentuar.
A volta aos temas religiosos serve, também, para destacar o que há de moderno e surpreendente na prosa de Saramago: aqui, a capacidade de tornar nova uma história que conhecemos de cabo a rabo, revelando com mordacidade o que se esconde nas frestas dessas antigas lendas. Munido de ferina veia humorística, Saramago narra uma estranha guerra entre o homem e o senhor. Mais que isso, investiga a fundo as possibilidades narrativas da Bíblia, demonstrando novamente que, ao recontar o mito e confrontar a tradição, o bom autor volta à superfície com uma história tão atual e relevante quanto se pode ser.
Por que eu li?
Nobel da literatura de 1998. Fazia tempo que José Saramago estava na minha lista de pendências de leitura. Como no Llosa, fui super preconceituoso e procrastinei ao máximo para ler. Nem sei o porque iniciei com este livro, mas foi uma boa introdução ao Saramago.
O que eu achei:
Bom, foi difícil no começo me adaptar ao esquema de escrita do José Saramago, basicamente são capítulos inteiro sem parágrafos definidos em que você tem que ler como uma explosão, e dá a impressão de que vai perder o folego pela falta de pontuação. Confesso que me perdi muitas vezes por não ser alertado com pontos de exclamação e interrogação, bem como os diálogos não são bem definidos.
Entendo que está é sua característica principal, quero dizer, este dialogo quase que como você estivesse ouvindo as personagens. Só fui me adaptar no meio do livro.
A trama e o humor são também características envolventes do José Saramago, e depois que você se adapta ao tipo de escrita não quer mais parar de ler.
Tempo de leitura: 176 páginas em 2 dias. Média de 88 ao dia.
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