Com certeza, depois de ler este livro, e ao estar perdido na Antártida, você irá desejar ter como líder o Shackleton.
Após quase dois anos, Shackleton, unindo um espirito de liderança impar, sobreviveu e conseguiu trazer toda a sua tripulação de volta a civilização.
Shackleton, e atenção ao aviso de spoiler, na minha nos mostrou excelentes atitudes de liderança, e que foi o meu maior aprendizado neste livro.
Primeiro de tudo, FOCO. Na missão original de Shackleton, ele deveria atravessar o Continente, só isso! (só isso?) mas ao longo dos acontecimentos, seu foco foi mudando e antes do 1º terço da missão já estava bem claro qual deveria ser seu objetivo principal. Em nenhum momento ele se desviou de seu foco. Foi obstinado, doente em atingir seu objetivo, o que fez a grande diferença.
A missão original de Shackleton era grandiosa, prometendo uma fama nunca antes vista, glória e conquistas científicas. Depois que o seu navio ficou preso no gelo a 150 milhas da costa, ele mudou sua missão para uma missão focada em levar todos para casa inteiros. Esse novo foco impulsionou as ações de Shackleton ao longo dos meses gelados na Antártica, mantendo o homem e sua equipe vivos.
Em segundo lugar, CAPACIDADE DE IMPROVISO. Ele deve ter ficado arrasado quando seu navio encalhou, mas ao invés de se abater, ele seguiu um novo objetivo e improvisou nas soluções para resolver a difícil situação em que se encontrava.
ALTA DOSE DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL. Shackleton tinha bem claro de que inteligência emocional era fundamental em um momento de crise, e um bom líder deveria ter uma dose grande dela.
Em condições de extrema dificuldade, é fundamental que a fortaleza emocional de uma pessoa seja robusta. Shackleton sabia utilizar bem este fato e as vezes, utilizava de empatia com seus homens, porém, em outros momentos, ele mantinha distância para manter, e mostrar seu comando.
PERSISTÊNCIA E RESILIÊNCIA. Imitando o nome de seu navio "Endurance", Shackleton nunca desistiu do inferno, maré alta ou gelo congelante em que havia se metido.
Mesmo estando ele, Shackleton salvo, ele fez de um tudo para voltar ao inferno e salvar o restante da tripulação.
Capacidade de GERENCIAR DETALHES VITAIS fizeram com que, enquanto mantinha o olhar firmemente fixo em sua missão de sobrevivência, cuidasse com pulsos de ferro na gestão e logística dos alimentos. Shackleton sabia que o diabo morava nos mínimos detalhes. Dois exemplos que são dignos de nota:
- Escala de plantão: Shackleton trabalhou todos os dias na escala de serviço. Ele determinou quem fazia o quê, quando e onde, mudando as pessoas quando necessário. Isso continuou apesar das circunstâncias climáticas adversas ou do baixo moral que atormentavam o grupo.
- Comida: Shackleton focou na necessidade de alimentar e dar água a seus homens durante toda a provação. Isso ocorreu embora os suprimentos estivessem diminuindo. Para levantar o ânimo, celebrações eram realizadas em ocasiões festivas, muitas vezes com carne fresca de pinguim complementada por alimentos secos do navio
Para manter os níveis de energia de seus homens, ele os reunia todas as noites no navio (e mais tarde no gelo) com um dos banjos masculinos. Isso ajudou a garantir que haveria momentos de camaradagem e diversão, aliviando o estresse, o cansaço e o medo da situação precária.
Além de tudo isso, Shackleton COMPARTILHAVA LIVREMENTE AS INFORMAÇÕES COM SUA EQUIPE, e na situação adversa em que se encontrava, Shackleton entendeu que era muito importante se comunicar com frequência.
Ele garantiu que as informações fluíssem livremente para sua tripulação. Sua partilha regular mantinha todos informados da situação no dia a dia.
Essas práticas de comunicação são provavelmente mais vitais do que nunca no ambiente hiper conectado como o de hoje.
Porém, o não menos importante, APRENDER COM SEUS ERROS!
Alguns dos erros graves que ele cometeu resultaram em esforços de resgate demorando muito mais do que deveriam. No entanto, ele não lamentou por causa de seus erros. Levantou a cabeça, mudou rapidamente seu curso, concentrou as energias neste novo caminho e continuou sua caminhada.
Nada de ficar chorando!
Este processo contínuo de aprendizagem e adaptação manteve o homem e sua tripulação vivos no ambiente mais hostil do mundo.
O livro é muito legal pois recuperou os diários e entrevistas com alguns membros da Expedição, Alfred Lansing reconstrói as dificuldades que a tripulação do Endurance enfrentou.